Uma variedade de produtos naturais pode proteger o sistema cardiovascular
à medida que a popula??o global envelhece, doen?as cr?nicas relacionadas à idade, como diabetes, press?o alta e obesidade, aumentam. Essas doen?as metabólicas representam um grande fardo para os idosos e aumentam o risco de doen?as cardiovasculares. O cora??o também sofre altera??es adversas com a idade, levando a uma série de doen?as cardiovasculares relacionadas à idade.
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As doen?as cardiovasculares (DCV) representam uma séria amea?a à vida e à saúde humana, sendo mais comuns em pessoas com mais de 50 anos, com alta incidência, alta taxa de incapacidade e alta mortalidade. As DCV est?o associadas à fibrose miocárdica, diminui??o da autofagia, aumento do estresse oxidativo mitocondrial e desequilíbrio metabólico. Portanto, o tratamento da causa precoce das DCV ainda é um problema urgente na ciência e na assistência médica modernas.
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Nas últimas décadas, muitos estudos têm destacado o uso de produtos naturais para a preven??o e o tratamento de doen?as cardiovasculares. Os produtos naturais constituem uma grande classe de substancias químicas com uma ampla gama de atividades biológicas, obtidas principalmente de plantas comestíveis e medicinais. Estudos demonstraram que os mecanismos de a??o da terapia com produtos naturais em doen?as cardiovasculares incluem: estimula??o da autofagia, retardo da remodela??o ventricular, redu??o do estresse oxidativo e da resposta inflamatória, inibi??o da apoptose e prote??o do músculo cardíaco contra isquemia ou les?o por isquemia/reperfus?o (I/R).
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Produtos naturais e seus mecanismos de a??o
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Autofagia aprimorada
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Cardiomiócitos envelhecidos dependem da autofagia, uma via de degrada??o mediada pelos lisossomos, para remover agregados proteicos potencialmente tóxicos e organelas danificadas. A perda da autofagia pode levar à diminui??o da fun??o cardíaca. A proteína quinase alvo da rapamicina em mamíferos (mTOR), uma proteína quinase serina/treonina, é um importante regulador da homeostase nutricional em mamíferos. A ativa??o da mTOR inibe a autofagia, enquanto a proteína quinase ativada por AMP (AMPK) atua como um regulador positivo da autofagia, principalmente pela inibi??o do complexo mTOR.
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O resveratrol é um polifenol natural encontrado em muitos alimentos vegetais, como amendoim, cranberries, mirtilos e uvas. Ele apresenta uma variedade de benefícios potenciais à saúde, incluindo efeitos anti-inflamatórios, antioxidantes, antienvelhecimento e cardioprotetores, como o aumento da autofagia. Estudos demonstraram que o resveratrol pode promover a autofagia ativando a AMPK por meio de diversas vias. Além disso, o resveratrol pode induzir a sobrevivência celular ativando a via de sobrevivência do complexo mTOR 2 (mTORC2).
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A berberina é extraída das raízes, rizomas e cascas de muitas plantas medicinais e possui uma variedade de efeitos farmacológicos, incluindo anti-inflamatórios, antioxidantes e regula??o da autofagia. Como ativador da AMPK, a berberina pode induzir a autofagia por meio da ativa??o da AMPK e também pode potencializar a autofagia por meio da inibi??o da mTOR.
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A curcumina é uma especiaria derivada da família do gengibre e frequentemente usada em curries. A curcumina pode induzir autofagia inibindo a via de sinaliza??o PI3K-AKT-mTOR, regulando negativamente os níveis de fosforila??o de AKT e mTOR, regulando positivamente LC3-II, aumentando a express?o de BECN1, diminuindo a intera??o entre BECN1 e BCL-2 e aumentando a acetila??o de FoxO1.
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Inibe o estresse oxidativo e a inflama??o cr?nica
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O estresse oxidativo e a inflama??o cr?nica s?o as principais altera??es moleculares que ocorrem na fisiopatologia das doen?as cardiovasculares. A inflama??o é consistentemente ativa em idosos e é um fator de risco para doen?as cardiovasculares. A regula??o precoce da inflama??o pode prevenir ou retardar a ocorrência e a progress?o das doen?as cardiovasculares.
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A sesamina é a lignina solúvel em óleo mais abundante em sementes e óleos de gergelim e possui uma variedade de fun??es farmacológicas, incluindo atividades antioxidantes e anti-inflamatórias. A sesamina pode regular positivamente a express?o de PPARγ, LXRα e ABCG1, estimular a saída de colesterol em macrófagos e inibir eficazmente o acúmulo de colesterol induzido por LDL oxidado, prevenindo assim a forma??o de células espumosas em macrófagos.
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O licopeno é um carotenoide acíclico natural encontrado nos cloroplastos e cromossomos de plantas, bem como no citoplasma de certos eucariotos, como eubactérias e algas. Evidências epidemiológicas sugerem que a concentra??o sérica de licopeno está inversamente associada ao risco de DCV. O licopeno neutraliza espécies reativas de oxigênio (EROs), reduz a secre??o de citocinas pró-inflamatórias e metaloproteinases pelos macrófagos, inibe a prolifera??o de células musculares lisas e reduz os monócitos. O licopeno pode inibir respostas inflamatórias ao inibir a ativa??o do NF-κB e também pode afetar o metabolismo heterobiótico ao ativar a via transcricional Nrf2/ARE.
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O gengibre é uma planta monocotiled?nea pertencente ao gênero Zingiberaceae. O gengibre tem propriedades especiais que limpam ROS, incluindo peróxidos. Todos os ingredientes ativos do gengibre, como curcumina, gingerol e gingerona, mostraram atividade antioxidante. [6]- O gingerol pode aumentar a atividade da superóxido dismutase (SOD) ativando a via de sinaliza??o PI3K/AKT e reduzir a produ??o de ROS e a forma??o de malondialdeído em cardiomiócitos de ratos neonatais. Além disso, extratos de gengibre ricos em 6-curcumina podem exercer efeitos antioxidantes induzindo Nrf2. Notavelmente, os efeitos protetores vasculares do gengibre s?o mediados por uma variedade de mecanismos, incluindo a redu??o do estresse oxidativo e da inflama??o, aumentando a síntese de óxido nítrico (NO), inibindo a prolifera??o de células musculares lisas vasculares e promovendo a autofagia.
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Inibi??o da remodela??o miocárdica
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Altera??es estruturais que ocorrem durante o envelhecimento cardíaco, incluindo a remodela??o miocárdica patológica progressiva, s?o preditores conhecidos de DCV. O processo de remodela??o miocárdica é caracterizado por altera??es fisiológicas e moleculares que levam à hipertrofia dos cardiomiócitos, fibrose e inflama??o do miocárdio, levando, em última análise, ao aumento da rigidez ventricular, comprometimento da fun??o cardíaca e, por fim, à insuficiência cardíaca. A angiotensina II promove a hipertrofia dos cardiomiócitos e estimula a prolifera??o de fibroblastos e a express?o de proteínas da matriz extracelular. A AMPK desempenha um papel fundamental no desenvolvimento de DCV, e a deficiência de AMPK exacerba a hipertrofia cardíaca e torna o cora??o mais suscetível à insuficiência cardíaca.
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O fator de transforma??o de crescimento da citocina β1 (TGF-β1) desempenha um papel crucial na indu??o da diferencia??o de fibroblastos cardíacos em fibroblastos cardíacos. FoxO1 é um fator de transcri??o envolvido na apoptose, no estresse oxidativo e na diferencia??o celular. O TGF-β1 estimula a express?o de FoxO1 e, em fibroblastos cardíacos, o TGF-β1 reduz a fosforila??o de FoxO1, aumenta a localiza??o nuclear de FoxO1, aumenta os níveis de proteína FoxO1 e promove a diferencia??o de fibroblastos cardíacos em fibroblastos cardíacos.
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Baicalina é um composto natural extraído das raízes secas da Scutellaria baicalensis. A baicalina inibe a fibrose cardíaca induzida por sobrecarga de press?o, modulando as vias de sinaliza??o AMPK/TGF-β/Smads. Os efeitos positivos da baicalina incluem a regula??o da fibrose cardíaca in vivo e in vitro, ativando a via de sinaliza??o AMPK/TGF-β/Smads. A baicalina também inibe a Smad3 e a transloca??o nuclear de Smad3 com o coativador de transcri??o p300, prevenindo assim o desenvolvimento de fibrose cardíaca mediada pela angiotensina II.
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A epicatequina é o principal polifenol bioativo do chá verde e é um poderoso antioxidante. A epicatequina reduz a angiotensina II e a hipertrofia cardíaca mediada por sobrecarga de estresse. A epicatequina inibe a express?o das proteínas c-Fos e c-Jun induzidas pela angiotensina II, inibindo assim a atividade da AP-1. Além disso, a epicatequina pode inibir a atividade do NF-κB bloqueando as vias de sinaliza??o p38 e JNK dependentes de ROS, e a inibi??o da ativa??o da AP-1 é resultado da epicatequina inibir a progress?o da hipertrofia cardíaca bloqueando a transativa??o do EGFR e seus eventos a jusante ERK/PI3K/AKT/mTOR/p70, levando, em última análise, à inibi??o do peptídeo natriurético atrial e da reativa??o do sódio tipo B de peptídeos urinários e à inibi??o da progress?o da hipertrofia cardíaca. A epicatequina também inibe a produ??o de ROS induzida pela angiotensina II e a express?o da NADPH oxidase, inibindo assim a hipertrofia cardíaca e a remodela??o cardíaca.
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Esta revis?o detalha o potencial dos produtos naturais para a preven??o e o tratamento de doen?as cardiovasculares. à medida que a popula??o global envelhece, as doen?as cardiovasculares relacionadas ao envelhecimento est?o se tornando um grave problema de saúde pública. Os produtos naturais s?o amplamente utilizados na preven??o e no tratamento de diversas doen?as devido à sua significativa eficácia e alta seguran?a.
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Estudos demonstraram que uma variedade de produtos naturais, como resveratrol, berberina, curcumina, licopeno, gengibre, baicaleína, epicatequina, ácido elágico, honokiol, poria, tanshinona IIA e marigonina E, possuem múltiplos mecanismos de a??o: aumento da autofagia, inibi??o do estresse oxidativo e da inflama??o cr?nica, inibi??o da remodela??o miocárdica, inibi??o da apoptose e inibi??o da les?o por isquemia/reperfus?o. Esses produtos naturais desempenham um papel protetor cardiovascular, regulando diversas vias de sinaliza??o, como mTOR, AMPK, NF-κB, Nrf2, etc.
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Além disso, hábitos alimentares razoáveis, como aumentar o consumo de frutas e vegetais, consumo moderado de chá verde, etc., podem ajudar a reduzir o risco de doen?as cardiovasculares. Diversos estudos epidemiológicos e ensaios clínicos corroboram essa vis?o. Em particular, compostos naturais como as catequinas do chá verde, o licopeno do tomate e o gingerol do gengibre demonstraram efeitos protetores cardiovasculares significativos.
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No entanto, embora os produtos naturais sejam muito promissores na área de preven??o e controle de doen?as cardiovasculares, ainda existem alguns desafios e limita??es. Por exemplo, a biodisponibilidade de alguns produtos naturais é baixa, o mecanismo de a??o n?o é totalmente compreendido e a eficácia clínica precisa ser mais bem verificada. Além disso, pode haver intera??es entre diferentes produtos naturais, e a otimiza??o da dosagem e da dura??o do tratamento também requer mais pesquisas.